SIGNIFICÂNCIAS...
Significados
adquiridos em especiais circunstâncias... Sete décadas de vida completei e um ano especial este
que corre, decorre: 2016, pensando no privilégio
de ser e estar também na segunda década do século XXI, eu que nasci no século
passado... Até minha neta de 16 anos, é do século passado! Como isso parece pesar, ah, o tempo... como não falar dele?
Aconteceram
tantos fatos, acontecem, como uma festa de aniversário, um tempo de reunião em que tenho
coragem para afirmar: estou sã e salva. E exibida desta condição... como num
grande facebook ao vivo. (Que se danem os críticos e os invejosos!)
Sim, porque
eu me curei de muitos medos que me atravancaram o cotidiano de menina, de moça,
depois profissional e mulher que se esforçava para mostrar – não para si mesma!
– mas para os outros que eu não só era capaz, como fazia... Isso não é um arremedo
de autoajuda, apenas a constatação privilegiada de uma aprendizagem: o
envelhecimento está me tornando sábia... não a intelectual sabida, mas uma
pessoa se tornando gente, sem os excessos da crítica e de exigências. Apaziguando
dores passadas, entendendo passagens...
Poderia
elencar tópicos desta aprendizagem, sobretudo a generosidade, aqui aprendida neste
Nordeste e nestas margens onde cheguei há exatamente 40 anos, casada com um
homem também generoso de amor. Mas esqueceria outros que podem ser
apreciados...
Por isso vou
elencar fatos: alguns deles me levaram a este “balanço” de um setembro
petrolinense:
- Fui
homenageada no III Clisertão, um reconhecimento que me assusta até hoje: eu
merecia realmente esta homenagem? Mais um exemplo de generosidade, de
ex-alunos, como Genivaldo. E, por isso, relevante foi o painel chamado de expografia,
que Thom Galiano planejou e conseguiu executar, me conhecendo pouco a pouco.
- Terminei a
tradução do livro de minha amiga francesa Veronique Bulteau, “Para uma
antropologia do sertão”; consegui editar o livro impresso, divulguei,
apresentei e ainda fiz o prefácio, já que Vero assim me pediu. E o Clisertão foi
vivido, vivenciado plenamente, até mesmo finalmente conhecer Caititu, nos
limites de Petrolina.
- Falando em
prefácios: redigi para Romilda e Thom,
para livros inéditos que aguardamos e uma apresentação para a exposição dos
desenhos de André Vítor Brandão, ainda no SESC. Exercícios de leitura e
escrita. Até fiz alguns desenhos ilustrativos para os poemas de
Thom, um outro desafio.
- Também
consegui colocar virtualmente meu blog: www.betcomtmudo.com.br , depois de cinco anos, mas, confesso que, neste caso, estou
questionando continuidades. Bom, não vem ao caso agora... vou continuar
pensando depois.
- E a
estreia em palco: fui atriz na peça O Terceiro Sinal, representando
literalmente uma atriz de teatro. Quem assistiu, pôde ver esta performance que
já se delineava há muitos anos, desde salas de aula, no conhecimento e
interpretação de textos... A apresentação da peça foi o resultado de um formidável
trabalho de equipe, em que aprendi mais ainda sobre a vida. À nossa trupe, deixo um agradecimento generoso também. Aplausos.
Por essas e
outras é que, nesta alegoria de minha comemoração, no outono de minha vida,
tomei como tema uma “deixa” de minha filha Juliana, “nunca é tarde para se
reinventar, para se divertir”. Na compreensão desta frase otimista, é que me
sinto também “salva”... Amanhã, se preciso for, me reinvento...
Aniversários e comemorações, mais do que nunca, hoje têm lembranças para os que
vieram... Idealizei pequenos panôs que fiz um a
um manualmente... qual o significado disso? Gosto muito de desenhar, de pintar, de trabalhos manuais. Tenho muitos livros e a internet para me inspirar. Então
fiz lembrancinhas com muito carinho,
usando várias técnicas, me inspirando e, a cada uma que fazia, me sentindo feliz
e... generosa. Podem até não gostar, mas quis fazer este registro e deixar,
para amigos um trabalho meu. Não é despedida, é lembrança.
Assim, em vez
de engordar, já que tinha todos os quilos além da conta em remédios também além
da conta, de mazelas como diabetes, artrose e o escambau, estou emagrecendo num
outro patamar de consciência, de que escolho e simbolizo minhas dores passadas
e atuais, e que o inevitável - pois virá
- me deixa tranquila e segura.
Espero que chegue a todos a generosidade deste obrigada, porque vem de um coração mais
generoso também...
Petrolina,
10 de setembro de 2016
Elisabet
Gonçalves Moreira
Que bonito Fessora,inspirador até.Parabens.
ResponderExcluirObrigada, minha filha me disse algo que calha com seu "inspirador" : "Espero não ter que esperar até os 70 pra eu me libertar das minhas prisões!" Nunca escrevi algo nessa linha (não chego a Paulo Coelho!) mas vejo que o texto significou além das circunstâncias.
Excluir(Quanto a me chamar de "fessora", será que "Montana Games" é quem estou pensando que é?)
Abraços
Eu mesmo, não consigo mudar esse nome quando vou comentar aqui, então o 'Fessora" fica de dica.Grande abraço, e por favor escreva mais.
ExcluirEntristeci por não ter ido,só pessoalmente para contar,vc vai dar boas risadas.Já soube da linda festa.Parabéns Bet!Bjos!
ResponderExcluirSenti sua falta querida Neuman, e também a de Camila, mas vamos a estas boas risadas...
ExcluirObrigada de todo modo, sua atenção vale muito.
Bet
Bet, um modo todo seu de contar uma vida-história atravessada de significâncias, ensinos e aprendizagens embebidas de amizades e afetos... Santé, Betina! Longe life, Betuska! E pra resumir Betî em uma nossa única universal palavra: tudo em ti é SAUDADE!!! seu aluno-admirador, na vida, na arte de viver e contar uma vida..., m.t.
ResponderExcluirVixe, MT, parece que um cisco caiu no meu olho... obrigada demais, carinho amigo.
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluir"Você sabe o que é o encanto? É ouvir um sim como resposta sem ter perguntado nada."
ResponderExcluirAlbert Camus
Bet, até agora estou encantada com sua festa. Você é uma festa!! Você é encantadora!!Sou sua fã!!! Estou sempre aprendendo com você a compreender a saturação das coisas pelo lado sensível do ser humano. Por isso, "nunca é tarde para se reinventar, para s
"Para se divertir..." obrigada amiga minha, por suas palavras é que estou aprendendo sobre mim mesma... Carinho e atenção, obrigada
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