Vermelha, amarela.... de dois em dois anos recolho uma,
como, experimento. Porque é assim que floresce e frutifica a pitangueira,
esporadicamente, em meu quintal.
Também eu experimento uma tipologia de escritas, pesquisas, textos ora longos ou curtos, crônicas, contos, um amálgama de escritos repensando
a vida, seus sabores amadurecidos vagarosamente...
Meu pé de pitanga, no estreito
canteiro junto ao muro do quintal, não consegue crescer. Pitangueiras são
plantas arbustivas, de pequeno porte. Ainda mais, no meu caso, quando o piso do
canteiro está cimentado e as raízes não penetram fundo na terra. Mesmo adubada,
continua na periferia. Similar a mim. Constato, pouco a pouco, certas
aprendizagens entre muros e quintais.
Noto ligeira semelhança
entre o travo do caju – por mais maduro que esteja – e o sabor da pitanga
madura, entre doce e amargo. Tem gente que não acha assim... ou é doce ou cospe
para lá. Até porque a semente precisa mesmo ser cuspida. Se a cusparada cai no
chão, será varrida, jamais brotada.
Não existe colheita de
minhas escritas, escrituras de travo amargo. Já me cobraram mais de um livro,
talvez uma coletânea. Sim, tenho muito material. Textos publicados e em
arquivos. Mas ainda não me sinto com estrutura para um arranjo. Claro que sonho
com um livro que tenha sabor e presença. Talvez ainda tenha tempo para nisso
pensar. Até me arrisquei com um pequeno livro em edição quase manual, “Leituras
exemplares, à maneira de Tolstói”, há um ano e apenas 100 exemplares. Há uma
postagem neste blog, apresentando o livro e sua proposta, e alguns textos, em
2019, julho, 7.
Não obtive mais do que meia
dúzia de retorno... mas foram alertas importantes sobre esta escrita. Por
escrito, houve um leitor que devolveu opinião, aprovação e divulgação. O escritor
Políbio Alves assim se manifestou num simpático cartão, enviado pelos correios.
“Prezada Professora
Elisabet Li. Reli com desmedida paixão
e entusiasmo “Leituras Exemplares (à maneira de Tolstói)”. Obrigado por um
texto tão prazeroso de se ler. Obrigado também por me tornar, agora, mais um
leitor compulsivo de sua obra. A qual, desde já, vou doá-la par a Biblioteca
Escritor Políbio Alves, da Escola Estadual Antonio Pessoa, aqui na minha
cidade. Fraterno abraço. E, dê
notícias, espero. Políbio Alves 9/7/2019”
Meu blog, www.betcomtmudo.blogspot.com,
tem poucos seguidores, nome ciber para os leitores virtuais, mas, quando
comentado, a pitanga fica doce... Sim, é isso que esperam os autores.
Esporádicos, porém ciosos do aspecto comunicacional de um tempo de maturação.
Então, continuo a
produzir...
(Sim, ainda tenho alguns livros
“Leituras exemplares (à maneira de Tolstói)”. À disposição...)
Pois é, amiga, comadre, aluna sempre....Momentos, reflexões ... Na analogia das pitangas, lembrei algo que vi ontem no Instagran, alguém “djavaneando” sobre o “djavanear” de outro alguém: “Você disse que não sabe se não. Mas também não tem certeza que sim”... Certezas de sabores não há, de colheita sim, farta, escassa ou expectativas. Semeadura tem riscos, mas avante sempre. Bj.
ResponderExcluirQuerida I, obrigada. Sempre sensata. Avante...
ResponderExcluirEscreva sempre e mais... Mais e sempre... sempre mais. Pitanga, caju, umbu. Todas são vc e nós, frutos de ser e existir.
ResponderExcluirDoces sabores ao ouvido. Obrigada
ExcluirEscreva. Eu a leio, em silêncio,tudo e sempre...
ResponderExcluirLuz... obrigada
ResponderExcluirPlantei um dia lá em casa
ResponderExcluirNum grande vaso de argila
Uma muda de Pitanga
Daquela espécie: 'Camila'
Phodei, reguei com carinho
Até que veio um brotinho...
Ai meu deus, quanta alegria!
Desse brotinho, uma flor
Da flor veio um botãozinho
No botão cresceu u'a fruta
Verde e já prometidinha
"Como está lindo meu vaso!"
Pensei, "logo logo eu caso"
Uma Pitanga em meu ninho!
'Camila', linda, carnuda
De verde a negra, tornado
Todo dia minhas mãos
Tem na Pitanga tocado
E ela é a beleza pura
Da acidez à doçura...
É meu mais doce pecado!