Bet com t mudo

Minha foto
BET COM T MUDO... Quem me conhece, reconhece? Já me imagino receptora deste blog. Quem é esta mulher? Quem é esta Eli, Elisa, Betina, Betuska, Betî, resumida numa Bet com t mudo? Esta afirmação diminuta diz (ou desdiz?) uma identidade... Assim, quem sou eu? Sou (sim) uma idealizadora das pessoas, das relações, das amizades, das produções minhas e dos outros. Consequência: um sofrimento que perdura... na mulher crítica que procura saber e tomar consciência finalmente de quem é e do que ainda pode fazer (renascer?!) nesta fase da vida, um envelhecimento em caráter de antecipação do inevitável. Daí a justificativa do blog. Percorrer olhares, visualizar controvérsias, pôr e contrapor, depositar num receptor imaginário (despojá-lo do ideal, já que eu o sou!) uma escrita em que o discurso poderá trazer uma Bet com t falante... LEITURAS, ESCRITAS, SIGNATURAS...

segunda-feira, 17 de maio de 2021

NACIONALIDADE TCHUVACHE: UM POETA E SEU TRADUTOR EM HOMENAGEM (Parte I)

 

Tchuvache: nacionalidade de um povo pouco numeroso da região do Volga, República da Chuváchia, região sudoeste da Rússia,

Poeta tchuvache: Guenádi Aigui (1934-2006)

Tradutor: Boris Schnaiderman (1917-2016)

Isso não é um blog de curiosidades, amplia-se em relações de informação e significados pessoais. Principalmente porque hoje, 17 de maio de 2021, seria o aniversário do Boris, meu mestre e amigo, do qual muito “herdei” da intelectual que, afinal, sou.

Queria algo especial para publicar sobre ele, na página do grupo Boris Schnaiderman, que criei no Facebook, desde dezembro de 2010, hoje com 343 membros. Fico feliz com a participação, gente que, sinto, também se conecta na admiração pelo professor e pela pessoa de Boris. E espero que os leitores deste blog também possam conhecer mais sobre ele e seu legado. A gente vai pincelando aqui e ali referências e encontros.

Entre as numerosas publicações de Boris, encontrei o que procurava. Um poema a ele dedicado por Guenádi Aigui, o poeta de nacionalidade tchuvache, ambos silenciados, assim como, vejo, também o Haroldo de Campos, o amigo poeta, parceiro na tradução.


Leio, releio, penso nesta “rosa do silêncio”... O que teria motivado o poeta para esta imagem? O que eu, leitora, reflito destas imagens, além do momento e do lugar da escrita, uma leitura de hoje, no século XXI, num país tomado por uma doença que avança, arrefecida na espera,  uma poesia que nos dilacera “qual impotência de pássaro”?

...ooo0ooo...

Guenádi Aigui nasceu em 1934, de nacionalidade tchuvache, República da Chuváchia, região sudoeste da Rússia. Começou a escrever poesia em 1958 originalmente em tchuvache, traduzindo pessoalmente seus poemas para o russo, língua na qual igualmente escrevia seus poemas.

Devido às diretrizes da política soviética para a literatura, sua poesia acabou sendo ignorada durante muito tempo em seu próprio país, porém circulava em traduções húngaras, polonesas, sérvias, tchecas e brasileira, graças ao esforço de Boris Schnaiderman, em parceria com Haroldo e Augusto de Campos. Somente após a abertura da União Soviética promovida por Mikhail Gorbachev, a Glasnost, passou a ser reconhecido e lido por seus compatriotas.

É possível ler alguns de seus poemas na imprescindível Antologia Poesia Russa Moderna. E lembrar do Boris escrevendo esta dedicatória que muito justifica minhas memórias e as dele.


  
 


Em abril de 2011 foi lançado o livro Guenádi Aigui – Silêncio e Clamor, traduzido por Boris Schnaiderman, com a parceria de Jerusa Pires Ferreira, publicado pela editora Perspectiva.

Na Parte II trarei mais poemas e informações. Isso não é um folhetim, mas crescem expectativas...


(Não é fácil editar neste blogger... principalmente ao colocar fotos, enfim, espero que isso não comprometa muito a estética da visualização. Obrigada.)




9 comentários:

  1. Eu mesma comento... recebi vários depoimentos via outras mídias... valendo. Por isso, remeto outra Parte.

    ResponderExcluir
  2. Legal amiga.
    Muito bom se reverenciar ao que gosta de fazer. Isto caracteriza nossa genuina identidade.
    Feliz é aquele que faz o que gosta. Parabéns!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigada. Sim, o que gosto, faço... olhos abertos e a mão solta em momentos especiais.

      Excluir
  3. O texto celebra legado e amizade. Lembro da sua empolgação falando do mestre Boris nas aulas de Teoria da Literatura na F.F.P.P.sobre a obra de Murilo Mendes.Ali,aprendi a admirar os dois.

    ResponderExcluir
  4. Que beleza essa sua homenagem ao Boris, caríssima Elisabet!
    A sua pergunta sobre o que teria levado o poeta Guenádi Aigui à imagem da "Rosa do silêncio" me trouxe à lembrança umas linhas de Scott Fitzgerald assim:
    "Numa noite escura da alma são sempre 3 horas da manhã". Foi a hora em que o poema começou a ser escrito, conforme consta no rodapé dele.
    Grande abraço.
    Antônio

    ResponderExcluir
  5. Pois é, obrigada amigo Antônio Torres, sempre gentil. Copiei e colei sua mensagem via e-mail. Importante este registro imortal nas redes sociais, assim acho.

    ResponderExcluir
  6. Escreveu Anélia Pietrani, via whatsapp; "Gosto de poemas com imagens de rosa - a própria poesia em si mesma. Autônoma. Mas aberta em espiral rosácea. Aguardo ansiosa os demais poemas com os intrigantes sinais gráficos interrompendo o curso do discurso dos versos."

    O olhar da professora de literatura instiga análises e leituras... obrigada Anélia

    ResponderExcluir
  7. Indo para a segunda parte, curioso estou...

    ResponderExcluir