Tchuvache: nacionalidade de um povo pouco numeroso da
região do Volga, República da Chuváchia, região sudoeste da Rússia,
Poeta tchuvache: Guenádi Aigui (1934-2006)
Tradutor: Boris Schnaiderman (1917-2016)
Isso não é um blog de curiosidades, amplia-se em relações de
informação e significados pessoais. Principalmente porque hoje, 17 de maio de
2021, seria o aniversário do Boris, meu mestre e amigo, do qual muito “herdei”
da intelectual que, afinal, sou.
Queria algo especial para publicar sobre ele, na página do
grupo Boris Schnaiderman, que criei no Facebook, desde dezembro de 2010, hoje
com 343 membros. Fico feliz com a participação, gente que, sinto, também se
conecta na admiração pelo professor e pela pessoa de Boris. E espero que os
leitores deste blog também possam conhecer mais sobre ele e seu legado. A gente
vai pincelando aqui e ali referências e encontros.
Entre as numerosas publicações de Boris, encontrei o que procurava.
Um poema a ele dedicado por Guenádi Aigui, o poeta de nacionalidade tchuvache, ambos
silenciados, assim como, vejo, também o Haroldo de Campos, o amigo poeta,
parceiro na tradução.
Leio, releio, penso nesta “rosa do silêncio”... O que teria
motivado o poeta para esta imagem? O que eu, leitora, reflito destas imagens, além
do momento e do lugar da escrita, uma leitura de hoje, no século XXI, num país
tomado por uma doença que avança, arrefecida na espera, uma poesia que nos dilacera “qual impotência
de pássaro”?
...ooo0ooo...
Guenádi Aigui nasceu em 1934, de nacionalidade tchuvache, República
da Chuváchia, região sudoeste da Rússia. Começou a escrever poesia em 1958
originalmente em tchuvache, traduzindo pessoalmente seus poemas para o russo,
língua na qual igualmente escrevia seus poemas.
Devido às diretrizes da política soviética para a literatura,
sua poesia acabou
sendo ignorada durante muito tempo em seu próprio país, porém circulava em
traduções húngaras, polonesas, sérvias, tchecas e brasileira, graças ao esforço
de Boris Schnaiderman, em parceria com Haroldo e Augusto de
Campos. Somente após a abertura da União Soviética promovida
por Mikhail
Gorbachev, a Glasnost, passou a ser reconhecido e lido por seus
compatriotas.
É possível ler alguns de seus poemas na imprescindível
Antologia Poesia Russa Moderna. E lembrar do Boris escrevendo esta dedicatória
que muito justifica minhas memórias e as dele.
Em abril de 2011 foi lançado o livro Guenádi Aigui –
Silêncio e Clamor, traduzido por Boris Schnaiderman, com a parceria de Jerusa
Pires Ferreira, publicado pela editora Perspectiva.
Na Parte II trarei mais poemas e informações. Isso não é um
folhetim, mas crescem expectativas...
Eu mesma comento... recebi vários depoimentos via outras mídias... valendo. Por isso, remeto outra Parte.
ResponderExcluirLegal amiga.
ResponderExcluirMuito bom se reverenciar ao que gosta de fazer. Isto caracteriza nossa genuina identidade.
Feliz é aquele que faz o que gosta. Parabéns!
Obrigada. Sim, o que gosto, faço... olhos abertos e a mão solta em momentos especiais.
ExcluirO texto celebra legado e amizade. Lembro da sua empolgação falando do mestre Boris nas aulas de Teoria da Literatura na F.F.P.P.sobre a obra de Murilo Mendes.Ali,aprendi a admirar os dois.
ResponderExcluirObrigada. A empolgação continua, meu mestre querido...
ExcluirQue beleza essa sua homenagem ao Boris, caríssima Elisabet!
ResponderExcluirA sua pergunta sobre o que teria levado o poeta Guenádi Aigui à imagem da "Rosa do silêncio" me trouxe à lembrança umas linhas de Scott Fitzgerald assim:
"Numa noite escura da alma são sempre 3 horas da manhã". Foi a hora em que o poema começou a ser escrito, conforme consta no rodapé dele.
Grande abraço.
Antônio
Pois é, obrigada amigo Antônio Torres, sempre gentil. Copiei e colei sua mensagem via e-mail. Importante este registro imortal nas redes sociais, assim acho.
ResponderExcluirEscreveu Anélia Pietrani, via whatsapp; "Gosto de poemas com imagens de rosa - a própria poesia em si mesma. Autônoma. Mas aberta em espiral rosácea. Aguardo ansiosa os demais poemas com os intrigantes sinais gráficos interrompendo o curso do discurso dos versos."
ResponderExcluirO olhar da professora de literatura instiga análises e leituras... obrigada Anélia
Indo para a segunda parte, curioso estou...
ResponderExcluir